fevi's reviews
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Eu curti bastante a leitura de Território Lovecraft mesmo tendo uma expectativa de que seria algo mais assustador, assombroso. Foi bem menos. No entanto, o livro flui com uma facilidade impressionante. É gostoso de ler e acompanhar. Cada capítulo é focado em um personagem e é como se fosse uma série. Um acontecimento principal que desencadeia em várias situações na vida de cada um. A história bem construída e interessante, para além dos debates interessantes. Não é profundo, mas vale pelo entretenimento e pelo prazer da leitura.

A leitura de Ubik foi interessante e intrigante. A história já está rolando quando você começa a ler e demora um tempinho para entender o que está acontecendo. Dick consegue prender o leitor com o mistério da situação. No entanto, o plot twist que explica tudo daquilo tudo estar acontecendo eu achei meio bobo, chato, sem graça. Sabe quando vem a pergunta: “ah, era isso?”. Isso me frustrou um pouco, mas o último plot twist no último capítulo deixa o livro intrigante e o leitor com a pulga atrás da orelha. 

É um entretenimento interessante. Recomendo.

Uma enorme quebra de expectativa é o que resume este livro. Eu estava esperando outro enredo, outro desenvolvimento, outro final. 

Não há como negar que Torrey Peters faz um excelente debate sobre sexualidade e gênero. É o ponto alto do livro. O humor ácido tão intrínseco à comunidade LGBTQ escorre pelas páginas do livro, mas não é o suficiente para construir uma história boa.

Eu não gostei do enredo, mas gostei dos debates e das construções dos personagens. São pessoas completas. Os personagens queers não são retratados apenas como abominações nem como alecrins dourados. São humanos com todas as complexidades. Assim se constrói excelentes personagens. 

O final é uma interrogação de certa forma excelente. Não era o que eu esperava. Por isso, me pegou. Enfim, é um livro mediano, mas com debate relevante e construção de personagem que chama atenção. 

Percebi que estava lendo de qualquer jeito então preferi deixar pra lá. 

Para quem já tem noção básica o livro não agrega, mas para quem quer iniciar sua educação financeira é uma excelente porta de entrada. Nath Finanças escreve para a maior parte da população brasileira: aquela que trabalha muito e ganho pouco. É um livro acessível. Linguagem fácil, tabelas e exemplos fáceis de entender, glossário para quem não tem conhecimento sobre termos que bancos usam. É o básico que funciona, ensina e mostra o caminho. Mas primeiro de tudo é um livro de educação financeira honesto. Nath Finanças conversa com os seus sem cair nas armadilhas (meritocracia e propostas desonestas) que tantos outros educadores financeiros exploram. Vale a pena para quem nunca teve acesso a esse conteúdo.

É um livro de arte belíssimo. As ilustrações são incríveis e ficam ainda mais bonitas quando coloridas. O livro traz uma mensagem bonita sobre amar-se, ser gentil e encarar a vida de forma leve. Não é nada muito profundo e talvez até pareça um conjunto de frases soltas, mas no fim acabam trazendo uma mensagem de esperança e um quentinho no coração. Ainda que seja de forma genérica. No entanto, a intenção de trazer uma nova forma de enxergar a vida e o mundo, de um jeito mais leve, sempre será positivo.  É um excelente livro para presentear. 

Os dois primeiros contos de Morangos mofados arrebataram-me, mas ali pelo meio os contos perderam o rumo. Por fim, conseguiu completar bem a viagem. Minha terceira leitura de Caio F. Abreu, mas esses são os primeiros contos dele que leio. Eu havia lido o infantil e coletânea de crônicas. A escrita é maravilhosa e eu gosto em como o autor compartilha sobre a vida. Tem uma melancolia que é cheia de vontade de viver. Engraçado que os contos que eu menos gostei foram os mais intimistas e que procuram entender os sentimentos. Vai entender. Enfim, a escrita do Caio é incrível e única e mantenho a opinião de que ainda tenho muito a aprender com ele. Seguirei lendo-o. Inclusive as cartas.

Contos preferidos: 

Os sobreviventes;

Diálogo; 

Além do ponto;

Terça-feira gorda;

Sargento Garcia;

Natureza viva;

Caixinha de música;

Aqueles dois;

Morangos mofados. 

Leitura leve e instigante. Fica claro o quanto Manguel fala com propriedade sobre livros e literatura. Além do vasto repertório sobre história e curiosidades. A minha única objeção é a forma inflacionada de tratar o livro como objeto único e inestimável, mas entendo que temos visões e vivências diferentes e que isso afeta a forma como lidamos com a leitura e literatura. Somos de épocas diferentes. Para além disso, foi uma leitura gostosa e interessante. Um ótimo passatempo para reflexão e um ótimo primeiro contato com a escrita do autor. Recomendo. 

Eu amo praticamente tudo que Mariana Enriquez escreve. É uma das minhas autoras contemporâneas preferidas. Ela me fez gostar desse horror mais social envolvendo a história latino americana. No entanto, achei a maioria dos contos de Os perigos de fumar na cama medianos e pouco envolventes. Não são ruins. Para mim, não possuem nada de tão especial. Poucos são marcantes. Mas ainda assim deixaria a recomendação porque é Mariana Enriquez.

Os preferidos foram:

O poço;
O mirante;
Onde está você, coração?;
Quando falávamos com os mortos. 

Eu odiei As mães. O primeiro livro da autora. A leitura de A metade perdida foi muito mais agradável, interessante e envolvente. Mesmo que seja difícil entender como uma pessoa negra consegue se passar por branca em um país tão racista. Mas isso mostra a diferença de como as pessoas entendem o conceito de raça. 

Gosto do tema principal do livro, mas gosto ainda mais que a autora não foque só nele. Mostrar que a vida é cheia de segredos, fraquezas, imperfeições deram uma realidade gostosa para história. Às vezes as pessoas querem só esquecer o passado e viver de maneira diferente. 

Eu não julgo Stella, a irmã que se passa por branca. Não me permitir fazer esse julgamento. Eu entendi as suas razões, mesmo que não concordasse. Há situações que nunca iremos compreender. Resta apenas refletir. A metade perdida é excelente para isso. Refletir sobre a sociedade, nossas escolhas e como isso afeta o futuro de nossas vidas.

O livro é muito bom e vale a leitura. E o final é coerente com todo o enredo. Fica a recomendação.